Belo Horizonte — O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou neste sábado (26) que o governo federal vai disponibilizar equipamento de imagem israelense (scanner de calor) para ajudar nas buscas de corpos que estão desaparecidos em Brumadinho (MG).
A decisão foi divulgada em uma coletiva de imprensa, após sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro sobre a região, para verificar a extensão da tragédia com o rompimento de barreira da Vale.
Os equipamentos devem encontrar os soterrados que estão de 3 a 4 metros de profundidade.
Até a manhã deste sábado, a Vale divulgou que a lista de desaparecidos está em 413 pessoas, entre empregados e terceirizados.
“[Bolsonaro]Se colocou totalmente à disposição. Nós agimos imediatamente ontem e as buscas continuam. As chances de ter sobreviventes são pequenas, mas ainda existem”, disse Zema.
O governador falou ainda que os responsáveis pela tragédia devem ser exemplarmente punidos, “com recursos na casa dos bilhões”, acrescentou, em uma referência ao bloqueio da justiça de 1 bilhão de reais da companhia.
Zema afirmou ainda que será necessário rever protocolos e legislação, porque a barragem que rompeu estava inativa há quatro anos e portanto não recebia mais rejeitos.
“A princípio, todos os alvarás estavam em dia”, concluiu.
O presidente não esteve na entrevista coletiva. Assim que voltou do sobrevoo, ele passou por Belo Horizonte e voltou para Brasília.
No Twitter, após analisar a situação, ele se pronunciou.
Ministros
Após o anúncio de Zema, o ministro de Minas e Energia, Bento de Albuquerque, afirmou que enviou os técnicos de sua pasta para apurar os fatos.
“Desde que ocorreu o acidente, os técnicos da Agência Nacional de mineração estão trabalhando no local para apurar os fatos e impedir que coisas semelhantes possam ocorrer e também o monitoramento da lama”, disse.
De acordo com Albuquerque, ainda não existe nenhum fato real sobre a causa. “Estão sendo feitas análises para que possamos identificar outra ameaça”, completou.
Ricardo Salles, do Meio Ambiente, foi questionado sobre sua intenção de agilizar o licenciamento ambiental. “Nunca houve afrouxamento nas leis do Meio Ambiente”, disse.
“Não é só possível, mas necessário, uma revisão de legislação ambiental para as equipes terem mais foco nas atividades de maior potencial, como no caso de barragens”, afirmou.
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