quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Sarney ligou para Renan para saber se Roseana seria alvo da PF


Veja parte da matéria do colunista Ricardo Noblat do jornal O Globo

A menos de dez quilômetros de distância, no Lago Sul, as casas situadas nas vizinhanças da QL 12 começaram a ser sobrevoadas por um helicóptero da Polícia Federal. O barulho acordou cabeças coroadas da cidade que temeram o pior. Os telefones tocaram.

Àquela altura, a residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados estava cercada por agentes federais. E o prédio da Câmara recebia a visita incômoda de agentes ocupados em devassar alguns gabinetes, entre eles o do presidente Eduardo Cunha e o do senador Fernando Bezerra Coelho.


Morador do Lago Sul, o ex-presidente José Sarney ligou, nervoso, para Renan. Queria saber o que estava havendo, e se sua filha Roseana, ex-governadora do Maranhão, citada na Lava-Jato, poderia também ser alcançada pela operação policial.
O Congresso virou uma delegacia de polícia. No passado, era impensável a entrada ali de policiais a serviço. Virou rotina. Mediante uma ordem judicial, eles entram e saem com frequência, e nada fazem além do que é sua obrigação. O problema não é deles, mas dos políticos.
A política degradou-se. Virou um meio de enriquecer com facilidade. Há, pelo menos, 66 políticos envolvidos com a roubalheira investigada pela Operação Lava-Jato. E o mais notável deles, por todos os seus méritos, é o presidente da Câmara.

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