A falta de conhecimento dessa espécie florestal, que chegou ao Brasil há menos de duzentos anos, já provocou muita polêmica. Os avanços da ciência e a experiência acumulada em décadas de plantio provaram que o eucalipto, quando cultivado de maneira correta e responsável, interage com a natureza e ainda oferece inúmeros benefícios ao homem, assim como outras culturas.
Comparações entre espécies de eucalipto com outras essências florestais mostram que os plantios de eucalipto no Brasil consomem a mesma quantidade de água que as florestas nativas. Sua eficiência no aproveitamento da água garante maior produtividade quando comparado a outras culturas agrícolas.
O consumo maior ocorre na época de chuvas, quando o conteúdo de água no solo é elevado e suficiente para suprir os mananciais hídricos. Mas nos períodos em que o solo está mais seco, o consumo devido à perda de água pela transpiração é bastante reduzido.
A folhagem ou copa do eucalipto retém menos água de chuva do que as árvores das florestas tropicais, que possuem copas mais amplas. Por isso, nos plantios de eucalipto mais água de chuva vai direto para o solo enquanto que na floresta tropical nativa a água retida nas copas das árvores evapora-se diretamente para a atmosfera.
Estudos comprovam que a água disponível para o crescimento do eucalipto é proveniente, sobretudo, da camada superficial do solo. Normalmente, suas raízes não ultrapassam 2,5 metros de profundidade e não conseguem chegar aos lençóis freáticos, quase sempre localizados em profundidades bem maiores.
Pesquisas independentes já mostraram os efeitos benéficos do eucalipto sobre diversas propriedades do solo, como estrutura, capacidade de armazenamento de água, drenagem e aeração, entre outras. Quase tudo o que o eucalipto tira do solo, ele devolve. Após a colheita, cascas, folhas e galhos, que possuem 70% dos nutrientes da árvore, permanecem no local e incorporam-se ao solo como matéria orgânica. Além de contribuir para a reposição (ciclagem) de nutrientes, essa espessa camada de resíduo florestal contribui também no controle da erosão.
As técnicas de manejo utilizadas pelos produtores de florestas plantadas de eucalipto favorecem a permanente cobertura do solo. Quando as árvores são colhidas, recomeça o ciclo pela regeneração ou por um novo plantio.
As práticas de manejo adotadas pelos produtores de florestas plantadas de eucalipto no Brasil são fundamentadas em resultados de pesquisas realizados pelo setor ao longo de várias décadas. Estas pesquisas comprovam que o plantio de eucalipto preserva a qualidade dos seus solos e assegura as demandas nutricionais do eucalipto.
Essas práticas têm garantido níveis de fertilidade e de conservação crescentes e apropriados para a produção de eucalipto e de outras culturas por vários ciclos e gerações.
São inúmeras as formas de contabilizar as riquezas geradas nas comunidades próximas ao cultivo do eucalipto. Entre elas, empregos diretos e indiretos, recolhimento de impostos, investimentos em infraestrutura, consumo de bens de produção local, fomento a diversos tipos de novos negócios (inclusive de plantios em áreas improdutivas) e iniciativas na área social como construção de novas escolas e postos de saúde, além de doações, que levam cidadania a áreas antes esquecidas.
O eucalipto já provou ser um negócio que distribui suas riquezas entre todos que estão à sua volta. Promove o desenvolvimento social e econômico como está fazendo em diversas regiões do país.
O que você pensa sobre o assunto?
Por César Augusto dos Reis – Abraf
As florestas plantadas no Brasil, integradas às indústrias produtoras de celulose e papel, painéis de madeira reconstituída, siderurgia a carvão vegetal, produtos sólidos de madeira e móveis, caracterizam uma importante cadeia produtiva no cenário nacional, cujo maior benefício ao país pode ser resumido no tripé da sustentabilidade: atividades economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente corretas.
Sob o aspecto econômico, as atividades da cadeia abrangendo florestas plantadas e os segmentos das diversas indústrias de transformação, apresentaram em 2005 um Valor Bruto de Produção de R$59 bilhões, tendo recolhido R$9,2 bilhões em tributos, exportando US$2,47 bilhões e compreendendo 4,5 milhões de empregos entre diretos, indiretos e efeito renda.
O segmento está em franca expansão na produção de celulose e papel, siderurgia a carvão vegetal, fabricação de painéis de madeira reconstituída e móveis, tendo em vista a competitividade da madeira produzida a partir das florestas plantadas, conseqüência da elevada produtividade das espécies desenvolvidas pelos centros de pesquisa e desenvolvimento florestais brasileiros , e da racionalização da logística entre florestas, fábricas e a movimentação dos produtos.
É importante assinalar que as atividades dos diversos setores de transformação induzem a criação e o crescimento de pólos especializados, com o desenvolvimento de empresas fornecedoras e prestadoras de serviço, cujo melhor exemplo são os pólos moveleiros existentes em diversas regiões do país.
Do ponto de vista social, as atividades de florestas plantadas trazem excelentes benefícios às comunidades sob sua influência, que podem ser avaliados pelo Índice de Desenvolvimento Humano ( IDH ) quando se comparam municípios com mesmas características tendo ou não atividades florestais, com clara vantagem para as primeiras.
Por outro lado, programas como o fomento florestal promovido pelas empresas que cedem mudas, insumos e assistência técnica a pequenos e médios produtores rurais, garantindo a compra da madeira à época da colheita, a preços de mercado, trazem os benefícios da distribuição de renda, da injeção de recursos nas comunidades rurais, da fixação da população no campo, e dos investimentos sociais por iniciativa das próprias empresas na região.
Em 2005, as empresas associadas da ABRAF investiram cerca de R$ 69,7 milhões, em 1.045 municípios em sua área de influência, beneficiando mais de 1,2 milhões de pessoas, mediante programas nas áreas de ação social, saúde, meio ambiente, educação e cultura e produtos não madeireiros.
Todavia, apesar desse perfil de grande contribuição para as contas nacionais e geração de emprego e renda, as atividades de florestas plantadas têm sido vítimas de campanhas contrárias, com forte apelo emocional, buscando impressionar a opinião pública e atingir até mesmo a sociedade organizada com a criação de vários mitos sobre a cultura do eucalipto, que examinamos a seguir.
A afirmação de que o eucalipto seca o solo é o mito mais explorado atualmente na mídia em geral.
Todavia, comparações entre espécies de eucalipto com outras essências florestais mostram que os plantios de eucalipto no Brasil consomem a mesma quantidade de água que as florestas nativas. Sua eficiência no aproveitamento da água garante maior produtividade quando comparado a outras culturas agrícolas.
A folhagem ou copa do eucalipto retém menos água de chuva do que as árvores das florestas tropicais, que possuem copas mais amplas. Por isso, nos plantios de eucalipto, uma maior quantidade de água de chuva atinge o solo enquanto que, na floresta tropical nativa, a água retida nas copas das árvores evapora-se diretamente para a atmosfera.
Estudos comprovam que a água disponível para o crescimento do eucalipto é proveniente, sobretudo, da camada superficial do solo. Normalmente suas raízes não ultrapassam 2,5 metros de profundidade e não conseguem chegar aos lençóis freáticos, quase sempre localizados em profundidades bem maiores.
Outra afirmação indevida é de que o eucalipto empobrece o solo.
Pesquisas independentes já mostraram os efeitos benéficos do eucalipto sobre diversas propriedades do solo, como estrutura, capacidade de armazenamento de água, drenagem e aeração, entre outras.
Após a colheita, cascas, folhas e galhos, que possuem 70% dos nutrientes da árvore, permanecem no local e incorporam-se ao solo como matéria orgânica. Além de contribuir para a reposição (ciclagem) de nutrientes, essa espessa camada de resíduo florestal contribui também no controle da erosão.
As técnicas de manejo utilizadas pelos produtores de florestas plantadas de eucalipto favorecem a permanente cobertura do solo. Quando as árvores são colhidas, recomeça o ciclo pela regeneração ou por um novo plantio.
As práticas de manejo adotadas pelos produtores de florestas plantadas de eucalipto no Brasil são fundamentadas em resultados de pesquisas realizados pelo setor ao longo de várias décadas. Estas pesquisas comprovam que o plantio de eucalipto preserva a qualidade dos seus solos e assegura as demandas nutricionais do eucalipto.
Essas práticas têm garantido níveis de fertilidade e de conservação crescentes e apropriados para a produção de eucalipto e de outras culturas por vários ciclos e gerações.
A criação do mito de que “a floresta de eucalipto é um deserto verde ” é outra iniciativa sem sustentação na realidade.
Por ser uma cultura de porte florestal, o eucalipto e o sub-bosque presente nos plantios formam corredores para as áreas de preservação e criam um habitat para a fauna, oferecendo condições de abrigo, de alimentação e mesmo de reprodução para várias espécies.
Com a adoção de modernas técnicas de planejamento de uso do solo, fica garantida a biodiversidade dos sistemas aquáticos e terrestres.
A soma das áreas de preservação, associadas às florestas plantadas, atingem hoje uma área total que equivale a mais de 80% da área plantada com eucalipto e pinus. Outra afirmativa comum é a de que o eucalipto gera poucos benefícios sociais e econômicos no interior do país.
São inúmeras as formas de contabilizar as riquezas geradas nas comunidades próximas ao cultivo do eucalipto. Entre elas, empregos diretos e indiretos, recolhimento de impostos, investimentos em infra-estrutura, consumo de bens de produção local, fomento a diversos tipos de novos negócios (inclusive de plantios em áreas improdutivas) e iniciativas na área social como construção de novas escolas e postos de saúde.
O eucalipto já provou ser um negócio que distribui suas riquezas entre todos que estão à sua volta, promovendo o desenvolvimento social e econômico.
Assim, as verdadeiras causas da campanha sistemática contra a atividade de florestas plantadas no país são melhor compreendidas levando em conta outras constatações :
• A excelente produtividade e a consequente competitividade dos produtos a partir da madeira de florestas plantadas nacionais, tem propiciado a conquista de novos mercados mundiais para esses produtos, vencend

o a acirrada competição internacional de acesso a esses mercados.
• A reação e retaliação chegou ao país sob a forma de sutil influência e manipulação de movimentos sociais e étnicos no Brasil, isto é, disputas comerciais internacionais passam a estimular disputas ideológicas no país, confundindo a opinião pública e buscando prejudicar a competitividade dos produtos nacionais.
• Determinados movimentos adotaram estilos radicais, levando a excessos de fanatismo irracional , promovendo a satanização das atividades de florestas plantadas e chegando ao uso da violência contra instalações de pesquisa e desenvolvimento.
• Movimentos sociais e políticos com grande presença no país, acreditados como nacionalistas e progressistas, passaram a empunhar bandeiras e slogans contrários à indústria de base florestal, divulgando idéias e promovendo campanhas contrárias ao desenvolvimento nacional e à geração de empregos.
Assim, cada brasileiro deve, honestamente, perguntar a si próprio e aos movimentos sociais existentes, dos quais ele eventualmente participa, o que ele e os referidos movimentos estão fazendo para construir, ampliar e assegurar as oportunidades de educação e trabalho , além de padrões de saúde e qualidade de vida para seus filhos e netos que viverão nos próximos anos.
Aspectos sociais, ambientais e econômicos do seu cultivo.
1 – Por que plantar florestas?
A sociedade necessita cada vez mais de produtos de base florestal para a sua sobrevivência e conforto.
As florestas nativas, antes abundantes em todo o mundo, estão cada vez mais escassas e ameaçadas de desaparecerem. O pouco que resta é indispensável para a manutenção da biodiversidade e de diversos serviços ambientais. Neste contexto, as plantações florestais apresentam um papel de destaque nos cenários nacional e internacional. Sabe-se hoje que somente por meio de florestas plantadas serão obtidas as matérias-primas (madeira, celulose) para dar conta das necessidades sociais sem aumentar a pressão sobre o pequeno remanescente das florestas naturais.
O Brasil apresenta alguns fatores favoráveis à silvicultura, como as condições de solo e clima tropicais, o desenvolvimento de tecnologia de ponta, além da disponibilidade de áreas para plantio e mão-de-obra.
Apesar da relevância desse setor para a economia brasileira, alguns aspectos, principalmente os relacionados às interações com o meio ambiente, ainda não foram amplamente divulgados ou não são de conhecimento da grande maioria da população.
2 – Por que plantar eucaliptos?
Até pouco tempo, a necessidade de madeira era suprida quase que exclusivamente por meio das florestas nativas, cuja destruição tem provocado, muitas vezes, danos irreversíveis a alguns ecossistemas. A situação é alarmante.
É nesse contexto que entra o eucalipto, uma árvore da maior importância para o mundo, em virtude de seu rápido crescimento, produtividade, grande capacidade de adaptação e por ter inúmeras aplicações em diferentes setores. Esta planta está presente nos cinco continentes e em todos os Estados brasileiros, segundo informações da Sociedade Brasileira de Silvicultura.
O plantio de eucalipto é, portanto, a melhor solução para diminuir a pressão sobre as florestas nativas, viabilizando a produção de madeira para atender às necessidades da sociedade em bases sustentáveis.
Um hectare de floresta plantada de eucalipto produz a mesma quantidade de madeira que 30 hectares de florestas tropicais nativas.
No Brasil, dos 300 milhões de metros cúbicos de madeira consumidos por ano, somente 100 milhões provêm de plantios florestais.
3 – Um ilustre imigrante.
Originário da Austrália e de outras ilhas da Oceania, onde ocorrem mais de 600 espécies do gênero, o eucalipto começou a ser trazido para o Brasil na segunda metade do século XIX, com o objetivo de ajudar na produção de dormentes para as linhas férreas que se instalavam no país.
A partir dessa época, o eucalipto passou a fazer parte da paisagem brasileira, ao lado de outros estrangeiros conhecidos, como o café e o trigo (do Oriente Médio), o arroz e a soja (da Ásia), o feijão, o coco, a cana-de-açúcar e gramíneas forrageiras (da África), o milho (do México) e a banana (do Caribe).
Comparação das áreas de plantio de eucalipto com as de outras culturas no Brasil:
Pastagens = 177.500.000 hectares
Soja = 16.326.000 hectares
Milho = 12.096.000 hectares
Cana-de-açúcar = 5.034.000 hectares
Feijão = 4.186.000 hectares
Arroz = 3.186.000 hectares
Plantio de eucalipto = 2.499.000 hectares
Café = 2.362.000 hectare
4 – Geração de riquezas.
São inúmeras as formas de contabilizar as riquezas geradas nas comunidades próximas ao cultivo do eucalipto. Entre elas, empregos diretos e indiretos, recolhimento de impostos, investimentos em infraestrutura, consumo de bens de produção local, fomento a diversos tipos de novos negócios (inclusive de plantios em áreas improdutivas) e iniciativas na área social como construção de novas escolas e postos de saúde, além de doações, que levam cidadania a áreas antes esquecidas.
A indústria de base florestal é estratégica para o Brasil devido ao seu perfil fortemente exportador. Isso contribui para a realização do superávit da balança comercial, propiciando as condições econômicas necessárias à promoção do desenvolvimento social.
O setor já responde pela segunda posição na balança comercial do agronegócio brasileiro. No período de setembro de 2002 a setembro de 2003, celulose e papel e produtos sólidos de madeira acumularam exportações de US$ 5,1 bilhões. A liderança desse ranking é ocupada pelo complexo agroindustrial da soja, que faturou US$ 7,7 bilhões no mesmo período.
Estima-se que o setor florestal no Brasil seja responsável pela existência de 500 mil empregos diretos e outros 2 milhões indiretos.
Em termos tributários, o setor também dá uma demonstração de força, pois a estimativa é de uma arrecadação anual de US$ 4,6 bilhões em impostos.
Além disso, as empresas de produtos florestais investem pesadamente em projetos de ação social, uma importante contribuição para a melhoria da qualidade de vida das comunidades no seu entorno.
5 – Cultivo do Eucalipto.
A implantação de monoculturas é, sem dúvida, um dos pontos que merecem a atenção da sociedade. Café, soja, cana-de-açúcar, pastagens, eucalipto ou qualquer outra cultura que seja feita sem critérios ambientais é extremamente prejudicial ao meio ambiente e ao homem. No entanto, todos os produtos resultantes desses cultivos são fundamentais à sociedade.
No caso do eucalipto, vários são os meios adotados para integrar as plantações ao ambiente natural. Procura-se manter ou aumentar a biodiversidade dentro das áreas plantadas, através do planejamento técnico (seleção de solos aptos para o plantio, preservação de mananciais e matas ciliares), do estabelecimento de corredores de vegetação natural para a movimentação da fauna, do plantio de enriquecimento nas áreas de preservação e da adoção de práticas que garantam a sustentabilidade do sistema.
6 – Fauna e Flora.
Nas propriedades destinadas ao cultivo do eucalipto são mantidas as matas nativas para compor áreas de reserva legal (no mínimo, 20% da propriedade). As nascentes e as matas ciliares também são protegidas. Estas áreas protegem e fornecem alimentos para a fauna silvestre, entre outras funções. Além disso, a fauna silvestre utiliza, além das matas, as áreas de plantio de eucalipto para a construção de ninhos, locomoção e alimentação.
As áreas preservadas também são importantes para o equilíbrio ecológico dos sistemas produtivos, pois mantêm espécies importantes para o controle biológico de pragas e doenças nas plantações. Essas áreas são protegidas contra caça e pesca ilegal, corte de árvores e incêndios florestais.
Por ser uma cultura de porte florestal, o eucalipto e o sub-bosque presente nos plantios formam corredores para as áreas de preservação e criam um hábitat para a fauna, oferecendo condições de abrigo, de alimentação e mesmo de reprodução para várias espécies.


7 – Recursos Hídricos.
O consumo de água por plantações de eucalipto situa-se dentro da faixa de variação do consumo apresentado por outras espécies florestais. Isso ocorre em razão de um mecanismo bem desenvolvido de controle da transpiração pelas folhas.

As evidências científicas disponíveis indicam que o regime da água no solo e da água subterrânea sob plantações de eucalipto não difere marcadamente daquele observado em plantações de outras espécies florestais. Em relação ao déficit anual da água no solo e à dinâmica da água subterrânea, ou seja, da flutuação e da recarga do lençol freático, o eucalipto comporta-se como qualquer outra espécie florestal.
Quantidade de água necessária durante um ano ou ciclo da cultura:
Cana-de-açúcar = 1000 – 2000 mm
Café = 800 – 1200 mm
Eucalipto = 800 – 1200 mm
Citrus = 600 – 1200 mm
Milho = 400 – 800 mm
Feijão = 300 – 600 mm
Obs.: 1 mm (milímetro) corresponde a 1 litro por metro quadrado.
Outro aspecto interessante com relação ao eucalipto é a eficiência do uso da água para a produção de biomassa. O eucalipto é altamente eficiente, pois, comparado a outras culturas, ele produz mais biomassa por unidade de água consumida.
Comparação entre o consumo de água e a produção de biomassa do eucalipto e outras culturas:
Batata = 1 kg de batata /2.000 l
Milho = 1 kg de milho/1.000 l
Cana-de-açúcar = 1 kg de açúcar /500 l
Cerrado = 1 kg de madeira/2.500 l
Eucalipto = 1 kg de madeira/350 l
Comparativo do consumo de água de florestas e plantio de eucalipto:
8 – Sistema radicular do eucalipto.
A foto abaixo evidencia uma característica do sistema radicular (raízes) dos eucaliptos utilizados em plantios comerciais, que é a concentração, nos primeiros 60 cm do solo, das raízes responsáveis pela absorção de água e nutrientes. A raiz pivotante, que é a responsável pela sustentação da árvore, normalmente não ultrapassa a faixa dos 3 metros de profundidade.
Dessa forma, a crença popular de que a raiz de eucalipto cresce para baixo o mesmo tanto que a copa cresce para cima não condiz com a realidade, e jamais atingem os lençóis freáticos, situados os em profundidades bem maiores.
A folhagem ou copa do eucalipto retém menos água de chuva do que as árvores das florestas tropicais, que possuem copas mais amplas. Por isso, nos plantios de eucalipto mais água de chuva vai direto para o solo enquanto que na floresta tropical nativa a água retida nas copas das árvores evapora-se diretamente para a atmosfera.
9 – Conservação do solo e da água.
O solo é um dos recursos mais preciosos que uma empresa florestal possui, sendo essencial a sua proteção. Para tanto, medidas são adotadas para que as suas características físicas, químicas e biológicas sejam mantidas ou até mesmo melhoradas.
As plantações de eucalipto são conduzidas em ciclos de 7 anos. Após a colheita das árvores, pode-se formar uma nova floresta com a brotação dos tocos. A renovação do ciclo, com o plantio de novas mudas, pode ocorrer, portanto, aos 7, 14 ou 21 anos do início do cultivo.
No plantio dessas novas mudas, o fogo não é utilizado para a limpeza da área, e toda a matéria orgânica depositada pelas árvores do eucalipto no ciclo anterior (galhos e folhas) permanece no local, formando a serrapilheira. O revolvimento do solo é mínimo. A área é sulcada e nos sulcos são abertas as covas que receberão as mudas. Em locais com topografia acidentada, abrem-se apenas as covas para o plantio.

Com esse tipo de manejo, o solo permanece protegido contra a erosão causada pela chuva, sol e vento. Além disso, a matéria orgânica favorece a infiltração da água das chuvas, abastecendo o lençol de água subterrâneo (lençol freático), responsável pela formação das nascentes.
As práticas acima descritas constituem o que é denominado cultivo mínimo, que além de conservar o solo, permite a ciclagem dos nutrientes. Afinal, os galhos, folhas, tocos e raízes depositados e mantidos na área se decompõem, disponibilizando, assim, nutrientes para as plantas.
10 – Convivência com outras plantas.
Normalmente, observa-se plantios de eucaliptos sem a presença de outras plantas. Muitas pessoas associam este fato a uma possível produção, pelo eucalipto, de alguma substância inibidora da germinação de outras espécies vegetais.
Na realidade, nos plantios de eucalipto, como em qualquer outra cultura, é necessário controlar a vegetação competidora, para permitir o crescimento da espécie cultivada. Ressalta-se, também, que a copa do eucalipto proporciona um alto sombreamento nos primeiros anos de cultivo, o que impede a entrada de luz suficiente para o aparecimento de algumas plantas.
Apesar disso, por ser uma cultura de porte florestal, o eucalipto e o sub-bosque presente nos plantios formam corredores para as áreas de preservação e criam um hábitat para a fauna, oferecendo condições de abrigo, de alimentação e mesmo de reprodução para várias espécies.
Em várias regiões do Brasil, existe o uso da vegetação do sub-bosque; especialmente gramíneas para a criação de gado, ocorrendo, também, o aparecimento de espécies florestais nativas nos povoamentos mais velhos.


11 – Usos do Eucalipto.
Celulose:
- Papéis diversos (impressão, cadernos, revistas);
- Absorvente íntimo;
- Papel Higiênico;
- Guardanapo;
- Fralda Descartável;
- Viscose, tencel (roupas);
- Papel celofane;
- Filamento (pneu);
- Acetato (filmes);
- Ésteres (tintas);
- Cápsulas para medicamentos;
- Espessantes para alimentos;
- Componentes eletrônicos;
Carvão Vegetal para siderurgia.
Painéis de aglomerados de madeira, MDF, HDF, chapa de fibra, compensados;
Madeira serrada:
- Móveis;
- Construção Civil;
- Brinquedos;
Lenha e Biomassa como fontes de energia.
Óleos essenciais:
- Fármacos;
- Produtos de higiene;
- Produtos de limpeza;
- Alimentos;
Produtos apícolas:
- Mel;
- Própolis;
- Geléia Real;
Postes e mourões.Outras Utilidades:
O eucalipto também remove gás carbônico (CO2) da atmosfera, contribuindo para minimizar o efeito estufa e melhorando o microclima local.
Por fim, o eucalipto protege os solos contra processos erosivos, conferindo-lhes características de permeabilidade, aumentando a taxa de infiltração das águas pluviais e regularizando o regime hidrológico nas áreas plantadas.
12 – Referências Bibliográficas:
LIMA, W. de P. “Impacto ambiental do eucalipto”. Ed. da Universidade de São Paulo. 1993.
MORA, A. L. et alli. “A cultura do eucalipto no Brasil”. São Paulo, SP. 2000.
NOVAIS, R. F. “Aspectos nutricionais e ambientais do eucalipto”. Revista Silvicultura, nº 68. 1996.
SILVA, J. C. “Reflexos Sociais e Econômicos da Agregação de Valor a Produtos de Base Florestal”, Anais do 8º Congresso Florestal Brasileiro. São Paulo, SP. 2003.
Fonte: http://eucaliptomaranhao.com.br
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