quarta-feira, 19 de agosto de 2015

CUT prevê onda de greves se Dilma cair

Cedro diz que 'está na hora de o país dar as mãos e não entrar nessa onda de país dividido' - Foto: Raul Spinassé l Ag. A TARDE l 13.03.2015
Cedro diz que 'está na hora de o país dar as mãos e não entrar nessa onda de país dividido'
O presidente da Central Única dos Trabalhadores na Bahia (CUT-BA), Cedro Silva, afirmou nesta segunda-feira, 17, que o país poderá ter uma guerra civil caso a presidente Dilma Rousseff sofra o impeachment.
"As pessoas não vão querer obedecer um governo golpista e irão para as ruas. Irá se iniciar uma grande guerra civil", disse o sindicalista, para, em seguida, reformular a previsão. "Espera aí. Está muito forte. Esse país poderá se transformar no país das greves, com muitas mobilizações", completou.
Na última quinta-feira, o presidente da CUT, Vagner Freitas, declarou que os defensores do governo deveriam ir para as ruas "entrincheirados, com armas nas mãos, se tentarem derrubar a presidenta". Depois, afirmou tratar-se de uma "figura de linguagem".
Ao lado de outras centrais sindicais, movimentos e do próprio PT, a CUT vai participar, na próxima quinta, 20, de um ato em defesa do governo Dilma, quatro dias após os últimos protestos a favor do impeachment da petista.
As atividades terão inicio a partir das 4h, com trabalhadores atrasando o inicio do expediente em duas horas. Em Salvador, a manifestação terá continuidade às 9h, quando sindicalistas e militantes vão se concentrar em frente ao Iguatemi, de onde sairão em caminhada até a sede da Fieb (Federação das Indústrias do Estado da Bahia).
Pela tarde, haverá uma caminhada do Campo Grande até a Praça da Piedade, onde ocorrerá um ato às 14h.
País dividido
De acordo com Cedro, "está na hora de o país dar as mãos" e "não entrar nessa onda de país dividido". "Hoje, as pessoas vivem de forma muito individual. Antes, a gente andava nas ruas, era mais solidário. Hoje, quem é classe média alta e elite está muito intolerante, não aceita a ascensão das pessoas pobres", disse o sindicalista.
Cedro estimou que pelo menos três mil pessoas deverão participar dos atos pró-governo em Salvador. Já o presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação, minimizou qualquer comparação futura com os protestos do último domingo, 17, em termos quantitativos. "Não estamos fazendo aferição de tamanho de público", declarou o petista.
Everaldo disse ainda que há uma "tentativa do PSDB e do DEM de tentar dirigir o movimento, o que é ruim". Segundo o petista, o partido discorda das centrais apenas em relação ao ajuste fiscal, criticado pelos sindicatos. "Achamos o ajuste legítimo. Fora Levy, não", afirmou Everaldo, em defesa do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Renúncia
Os protestos contra o PT repercutiram na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), com discursos de deputados oposicionistas a favor do impeachment ou da renúncia de Dilma, em consonância com o que defendeu nesta segunda o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Nesta segunda, FHC sugeriu em redes sociais que Dilma renunciasse ou fizesse mea-culpa (ver abaixo). Em 1999, o PT defendeu que FHC, então no primeiro ano de seu segundo mandato como presidente da República, renunciasse ao cargo.
"Acho que o Brasil agora precisa de um governo de coalizão, que traga a segurança política e estabilidade econômica. Não acredito que uma presidente com aprovação menor do que o índice inflacionário seja capaz de conduzir esse processo", afirmou o deputado Sandro Régis (DEM), líder da oposição na AL-BA.
Para Régis, as manifestações contra o PT são uma "clara demonstração de que o povo brasileiro não aguenta como o governo vem conduzindo o país e está aguardando uma resposta do Congresso ou do próprio governo federal".
Líder do governo na Assembleia, o deputado Zé Neto (PT) afirmou que as manifestações são "naturais" em uma democracia, mas que "nem tudo que se diz é legítimo e deve ser tratado com respeito". "O que for do povo a gente deve ouvir, mas não o que for golpista", declarou Neto.

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