Produto é composto por série de caixas, sendo algumas digestoras e outra para coleta do chorume atóxico. Em dois meses, lixo orgânico vira húmus
A questão da destinação do resíduo orgânico doméstico é um dos problemas com os quais convivemos diariamente nas grandes cidades, pois sua produção é simplesmente incessante e em enorme volume. Usualmente seu destino é o lixo comum, misturado com outros tipos de resíduo, muitos recicláveis inclusive, quando não há coleta seletiva na região. A destinação desse tipo de resíduo, orgânico, e sua decomposição em aterros ou lixões, vale lembrar, ocasiona emissões de CH4 (metano) cuja potência no desequilíbrio do efeito estufa equivale a cerca de 20 vezes a ação do CO2 (dióxido de carbono), mais uma forma de contribuição humana no processo de tornar o planeta progressivamente um lugar desconfortável para se viver. Uma alternativa para a destinação destes resíduos, reduzindo-os sobremaneira é o uso de trituradores de pias, aparelhos que ao serem instalados processam esse tipo de material e o encaminha para a rede de saneamento, a exemplo dos outros dejetos residenciais. Mas certamente uma solução sustentável entre estas é a compostagem.
Idealmente, ela deveria ser feita em larga escala, com os resíduos recebidos nas estações de tratamento. Porém ainda não há esse procedimento no Brasil, o que pelo jeito, deve demorar bastante a acontecer por estas bandas.
No entanto, você pode compostar o seu próprio resíduos utilizando as composteiras caseiras. Compactas, elas podem funcionar dentro de apartamentos e ocupam o espaço de uma cadeira. Assim você cuida de seus resíduos orgânicos, reduz as emissões de CO2 sob sua responsabilidade e ainda é capaz de criar, a partir do que seria lixo, um fertilizante natural de alta qualidade para alimentar as plantas de seu jardim ou horta urbana.
O minhocário, como também pode ser chamado, é composto por três caixas de plástico empilhadas. As duas de cima são caixas digestoras, em que o lixo é depositado e minhocas o transformam em húmus em um processo que dura cerca de dois meses. Há furos entre esses dois recipientes para que as minhocas transitem. A última caixa retém o chorume e possui uma torneira para que ele possa ser liberado.
De acordo com Eduardo Feniman, um dos idealizadores do lixeira Viva, o sistema é alimentado em camadas. “Primeiro o lixo orgânico, depois pelo menos três partes de matéria seca cobrindo o material. O processo é repetido fazendo uma espécie de "lasanha" até encher completamente a caixa. Desde o primeiro momento as minhocas começarão a se alimentar do lixo, transformando-o em húmus”, explicou Feniman. Veja o vídeo abaixo para ter mais informações sobre o processo de transformação do lixo em húmus.
Ferniman explica que a ideia da composteira “é imitar a criação dentro das limitações que temos no ambiente urbano para que os restos da nossa alimentação voltem para sua origem: serem nutrientes. Com a Lixeira Viva temos adubo sólido (húmus de minhoca) e líquído (biofertilizante) constantemente”. Desta forma, também é possível fertilizar seu jardim ou quintal com os restos de sua própria comida.
Quais resíduos compostar?
Há muitos resíduos alimentares que podem ser compostados, como frutas, verduras, legumes, sementes, borra de café, sobras de alimentos cozidos ou estragados (sem exageros) e cascas de ovo. Materiais como saquinhos de chá, serragem gravetos, papelão, papel jornal e palitos de fósforo também podem entrar na composteira sem problemas.
Carnes de qualquer espécie, cascas de limão, laticínios, óleos, gorduras, papel higiênico usado, fezes de animais domésticos, frutas cítricas em excesso e sal em excesso não devem ser compostados no modelo de vermicompostagem, que é esse aqui demonstrado.
Modelos
Há diversos modelos e dimensionamentos de composteiras domésticas disponíveis para aquisição, desde os que vão da capacidade de 15 litros até 60 litros, o que equivale àquelas adequadas ao uso individual ou mesmo as que atendem a uma família de 4 ou mais pessoas. Consulte aqui o melhor modelo para sua casa.
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