Nesta quinta-feira, 5, fotos feitas por Marlene Bérgamo, da 'Folha de São Paulo', acabaram viralizando nas redes sociais. O motivo é que o flagrante feito pela jornalista mostra que o governo do estado do Amazonas bancou até mesmo coroas de flores para os mortos na rebelião do Compaj. 56 pessoas morreram no conflito entre facções que aconteceu na virada do ano. Outras duas rebeliões menores, que aconteceram quase simultaneamente, mas em outros presídios do estado, geraram outras quatro mortes. A matança é considerada a maior desde 1992, quando houve em São Paulo o massacre no Carandiru. Naquele ano, 111 pessoas faleceram.
Na internet, coroas de flores do mesmo tipo usadas no enterro dos presidiários custam entre R$ 300 e R$ 700. Considerando que são sessenta pessoas mortas, o custo teria sido entre R$ 18 mil e R$ 42 mil. O enterro coletivo também foi bancado pelo estado, que sente o poder da crise. Não foram revelados gastos oficiais com a despedida das vítimas, mas para economizar o governo chegou até a usar um caminhão frigorífico, que geralmente tem uso para levar merenda nas escolas públicas, a fim de guardar os corpos dos presos. A atitude ocorreu, pois no Instituto Médico Legal (IML) da região apenas comporta receber, no máximo, vinte corpos de uma vez. Como os corpos chegaram em pedaços, o IML teve o trabalho de separar os cadáveres corretos para os enterros com seus familiares.
O governo também anunciou que pagará uma indenização para as famílias dos presos assassinados. O valor anunciado também não foi revelado, seguindo a mesma prática adotada até agora. No entanto, extraoficialmente, acredita-se que esse valor possa chegar a R$ 150 mil. De acordo com pesquisas divulgadas pelo próprio governo, um preso chega a custar mais de R$ 2 mil por mês, mesmo com as cadeias em situação extremamente precária, como acontece no Brasil.
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