As empresas J. Kilder Construções e F. J. Aragão Costa são dois exemplos de
casos de empreiteiras usadas para desperdiçar dinheiro público no Maranhão.
Levantamento feito pelo BLOG mostra casos de obras tocadas tanto pela J.Kilder
quanto pela F. Aragão que nunca ficam prontas. Encontramos construções que
deveriam servir à população, mas estão abandonadas há anos. O desperdício de
recursos públicos também existe em outros serviços, como no caso da locação de
veículo, mesmo para aqueles municípios que possuem frotas próprias, mas por não
estarem sendo usadas, acabam virando sucatas.
Além do dinheiro gasto nas estruturas, manter tudo isso que não serve para
nada custa dinheiro – milhões de reais, em várias cidades maranhenses onde as
empresas atuam. Dinheiro gasto duas vezes: uma para construir a obra, outra para
recuperar o que foi abandonado.
O representante das empresas é Francisco Jesselino Aragão Costa. De acordo
com informações obtidas pelo blog, utilizando apenas uma das empreiteiras – a J.
Kilder Construções e Serviços Ltda – o empresário Jesselino Aragão já faturou
mais de R$ 10 milhões de reais, através de contratos com as prefeituras de
Cantanhede, Primeira Cruz, Turilândia, Santa Rita, Morros, Palmeirândia, Santo
Amaro, Santa Helena, Santa Luzia, dentre outras prefeituras do interior.
O município de Palmeirândia, na região da baixada Maranhense, é um dos casos
de desperdício. Lá, uma escola de seis salas que começou a ser construída em
2014, não ficou pronta. A obra que já consumiu mais de R$ 1 milhão, sequer foi
iniciada.
Em Santo Amaro, localizada nos Lençóis Maranhenses, a reforma de unidades de
ensino se transformou numa verdadeira máfia organizada. No município, a J.
Kilder foi contratada por mais de R$ 700 mil para realizar serviços de reparos
há 03 anos. No entanto, segundo denúncias dos moradores, pouca coisa mudou e
grande parte dos estabelecimentos continua como nas imagens em anexo.
CEMITÉRIO DE SUCATAS
Na cidade de Santa
Rita, região norte do estado, o esquema envolve a empresa F.J Aragão que foi
contratada pela Prefeitura por R$ 654 mil para prestação de serviços de locação
de veículos. O contrato seria até aceitável se não fosse um detalhe: carros
oficiais foram descartados e não estão sendo mais usados. Isso mesmo! Embora
tenha uma frota de veículos com pouco tempo de uso, comprados com dinheiro
público, o Município santa-ritense resolveu abandonar os automóveis em um dos
pátios da Prefeitura para efetivar o contrato do escoadouro de dinheiro
público.
A frota do abandono é formada por ambulâncias, carros, máquinas e
caminhonetes comprados em Santa Rita com dinheiro público. Os veículos só
carregam ferrugem e descaso.
ENDEREÇO DAS EMPRESASDe acordo com informações obtidas
pelo Blog, a F. J. Aragão tinha endereço fornecido à Receita Federal em casebre,
localizado na Avenida Principal nº 635, A, Sala 01, bairro do Inhaúma,
Raposa.
No entanto, por causa da repercussão da reportagem do Fantástico, da TV
Globo, sobre o uso de empresas sediadas em Raposa, município considerado um
“paraíso fiscal” de fantasmas, para desvios de verbas, o proprietário da
empreiteira resolveu transferir o endereço para a Rua da Caema, localizada no
Alto do Calhau, em São Luís.
Já a J. Kilder Construções e Serviços Ltda, segundo dados obtidos junto a
Receita Federal, tem o endereço registrado, na Alameda IV, Número 2, Bloco R,
Apartamento 102, Condomínio Atlântico, no bairro Bequimão, em São Luís. O local,
porém, é um apartamento residencial que nem de longe lembra a sede uma
construtora.
OBRAS RECEBEM ADITIVOSNa cidade de Morros, na região do
Munim, o problema são os aditivos que a empresa J. Kilder vem recebendo há três
anos para concluir obras intermináveis de pavimentação asfáltica, execução de
meios fios e sarjetas. De 2013 a 2015, a conta com recursos públicos jogados nas
sarjetas ultrapassam a bagatela de R$ 1 milhão.
Enquanto as obras nestas cidades seguem abandonadas, moradores continuam
convivendo com o caos e descaso dos prefeitos que realizam esses tipos de
contratos com apenas um único objetivo: efetivar a prática do escoadouro de
dinheiro público.